quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

FILOSOFIA



O PENSAR E O MUNDO QUE NOS CERCA

O desafio de um novo começo





Lisandro Vargas Dias*


O homem em sua formação moral reverte –se em um ser de ação, pois, o seu agir é um continuo processo de construção, destruição e reconstrução de suas edificações formadoras da vida, seja ela moral ou da vida de carne e osso que nos cobra em um primeiro momento.
            Quando o pensar e o agir não estão conectados, estabelece-se um desequilibro que apuramos chamar no ramo da filosofia de “desvio moral”, porem, nós filósofos, esquecemos que a natureza humana em seu principio básico não é e nem nunca poderia ser equilibrada, esquecemos também, que tanto nossa formação genética, como a nossa formação moral é fruto de um continuo e doloroso processo antagônico, uma espécie de dialética que somente alcança sua síntese depois de um árduo combate com as diversidades das ações.

            Consentindo com essa ideia, temos então que repensar o processo de formação humana. Temos que entender o mundo que nos cerca, não como o resultado do real, finitude das realizações, pelo contrario, temos que entender como o espaço das transições, aquilo que o filósofo alemão Immanuel Kant ( 1724 – 1804), chamou de ética das medianizes e somente, assim, talvez poderemos propor novos patamares para a formação moral do indivíduo.

 

            A sociologia tão perspicaz em identificar os problemas do homem no seu agir, simplesmente ignora a conexão desse mesmo agir com o pensar, tornando-se, insuficiente no desafio de educar para o Outro (outridade). No entanto, o inegável é que toda a nossa base provem dos conceitos sociológicos imediatos, os mesmos que não levaram em conta as questões psicológicas do Ser e muito menos as filosóficas desse mesmo Ser.

            Sendo assim, procuramos tratar de forma universalista problemas particulares, o que nos leva a pensar que as bases da formação desse nosso mundo que nos cerca, estão equivocadas. O “educar moral”, se assim posso chamar o processo de formação moral, deve partir não do principio do “bom senso”, mas do “mau senso”, entendendo o bom como equilíbrio e o mau como desequilibro. Ou seja, o processo de formação moral é desequilibrado e deve ser assim.

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* Mestre em filosofia, professor do Estado de Santa Catarina e do Colégio São José de Itajaí


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